Estrogênios
ambientais
A ameaça
invisível que nos espreita.
Diariamente,
tanto comemos como respiramos substâncias que causam malformações em
fetos e cânceres em animais. Estas moléculas, estrogênios artificiais,
estão dispersas em todos os ambientes (nt.: estrogênio
é um dos hormônios naturais
feminino). Estão no leite e na água que bebemos, no alimento que
consumimos, nas pílulas de controle da natalidade, nos selantes para
tratamento odontológico, nas embalagens e produtos plásticos. Baseando-se
nas concentrações presentes no leite materno das mulheres norte-americanas,
estima-se que pelo menos 5%, ou mais, dos bebês nascidos nos Estados
Unidos, estão expostos a quantidades de PCB’s (nt.:
policloretos bifenilos)
suficientes para causarem efeitos neurológicos negativos.
As
preocupações em torno destes estrogênios artificiais são tão grandes
que em 1999 a Environmental Protection
Agency/EPA (nt.: Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos) iniciou um programa para catalogar e testar o potencial
de impacto sobre o sistema endócrino (nt.: sistema orgânico onde se inserem os hormônios)
de 87 mil substâncias químicas que atualmente são utilizadas comercial
e industrialmente. O CDC/Centers for Disease Control (nt.:
Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos) e o NIH/National Institutes of Heath
(nt.: Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos),
irmanados, coletam e examinam amostras de sangue e de urina para quantificarem
qual o nível de risco que os norte-americanos enfrentam ao se exporem
a, aproximadamente, 50 (cinqüenta) estrogênios ambientais.
E
neste meio tempo, o que poderíamos estar fazendo para nos protegermos
destas substâncias químicas artificiais amplamente dispersas? Cientistas
pesquisam, in vivo e in vitro, se certos nutrientes podem nos proteger contra estes estrogênios
ambientais. Antes de indicar quais deles poderiam agir como uma espécie
de barreira ecoestrogênica, devemos avaliar o como e o porquê que estes
químicos tanto ameaçam nossa longevidade como a saúde de nossas crianças.
Contaminação
Globalizada.
Um
exemplo bem sombrio que mostra as lamentáveis conseqüências da interação
do ser humano com estrogênios ambientais foi verificado em uma pesquisa
realizada em 1984. Envolveu 242 crianças recém-nascidas cujas mães consumiram
peixes do Lago Michigan/USA, por mais de seis anos. Eles estavam contaminados
com quantidades moderadas de PCB’s. As mães que gestaram estes bebês
haviam consumido estes peixes e as crianças demonstraram, ao nascer,
uma média de 190 gramas a menos do que outras crianças saudáveis que
serviam como controle. Este nível foi comparado aos pesos também baixos
de nascituros de mães que fumavam durante a gravidez. As crianças expostas
ao PCB apresentavam menores circunferências de seus crânios e exibiam
retardamento em sua maturidade neuromuscular. Além disso, mães que consumiram
maiores quantidades de peixes apresentavam concentrações muito mais
altas de PCB e seus bebês apresentavam níveis elevados de PCB em seus
cordões umbilicais. E é mais perturbador quando se constata que estas
mães consumiram não mais do que dois salmões, ou trutas do lago, por
mês.
A
continuação da pesquisa indicou que, entre o sexto e o sétimo mês, as
crianças contaminadas demonstraram baixo desenvolvimento psicomotor
e sua cognição visual era mais pobre quando comparadas com as crianças
que estava na função de controle. Já aos quatro anos, apresentaram problemas
nas atividades de memória de curto prazo. Durante a pesquisa, 17 das
crianças cujas mães apresentavam concentrações mais altas de PCB’s em
seu leite materno, tornaram-se intratáveis, recusando quaisquer processos
de socialização. Noutra pesquisa que comparava estas mesmas crianças
com outras de mães que foram expostas a acidentes rurais com PCB’s,
demonstrou que ambos os grupos tiveram seu crescimento retardado e apresentavam
deficiências neurológicas. Estas deficiências foram relacionadas diretamente
às concentrações de PCB’s presentes no soro tirado de seu cordão umbilical
e nos níveis que apresentavam em seu sangue quando fetos. Nos Estados
Unidos muitas são as bacias hidrográficas que estão contaminadas exatamente
como se verifica a que hoje existe na região dos Grandes Lagos. No Vale
Central da Califórnia, os animais selvagens bebem água dos canais de
drenagem agrícolas que contém estrogênios sintéticos. Na Europa, em
comunidades rurais do sudeste da Espanha, em amostras do tecido gorduroso
de suas crianças, foi verificada a presença de 14 princípios ativos
de agrotóxicos.
Mesmo
tendo sido banidos dos Estados Unidos desde o início dos anos setenta,
estrogênicos sintéticos como o agrotóxico DDT e os PCB’s (nt.:
produto empregado
desde os anos 30 e 40 como fluido de transformadores elétricos sendo
mais conhecido pelo nome de ascarel) continuam envenenando o ambiente,
seja pela continuação de seu uso em países subdesenvolvidos seja por
sua habilidade de se volatilizar e permanecer em suspensão transitando
por toda a atmosfera terrestre. Soma-se a isto, a tenaz competência
destes ecoestrogênicos de se manterem ativos no planeta. É o caso do
DDT que, em solos temperados, tem uma meia-vida de 57,5 anos. Mesmo
com o banimento destas duas substâncias destrutivas, outros agrotóxicos,
plastificantes e substâncias químicas, todas estrogênicas, continuam
sendo ainda largamente utilizadas nos Estados Unidos.
Esta contaminação, amplamente
dispersa, é extremamente alarmante por serem os PCB’s, as dioxinas,
o DDT e vários outros agrotóxicos – comumente chamados de compostos
organoclorados – lipossolúveis. Ou seja, encontram guarida em todos
os tecidos gordurosos dos organismos vivos. Estes compostos, organoclorados,
são detectados, especialmente, no leite materno por seu alto teor de
substâncias graxas. Os embriões e fetos, em seus organismos em formação,
já apresentam concentrações destes tóxicos muito semelhantes às de suas
mães. Por esta razão, são as crianças que estão, permanentemente, sob
sério risco.
Em
geral os seres humanos estão expostos aos componentes estrogênicos tanto
via consumo de carnes de animais tratados com esteróides sexuais (nt.:
hormônios sexuais) como através dos laticínios.
O JECFA/The Joint Food and Agricultural
Organization/Wolrd Health Organization Expert Committee on Food Aditives-JECFA
(Organização Integrada de Alimento e Agricultura/Comitê de Especialistas
em Aditivos Alimentares da Organização Mundial da Saúde) e a FDA/Food and Drugs Administration (Administração
de Alimentos e Fármacos dos Estados Unidos) defendiam, em 1988, que
estes resíduos de estrogênicos, detectados em carnes de animais tratados
com esteróides, não ofereceriam riscos aos seus consumidores.
Atualmente, um grupo de cientistas, reavaliando estas
conclusões do JECFA, está
extremamente preocupado com as concentrações de um estrogênio natural,
chamado estradiol, encontrado em carnes para consumo. Estes cientistas
acreditam que estes resíduos podem colocar em risco a saúde de crianças
em sua fase da pré-puberdade. Na opinião deles, aquelas conclusões do
JECFA, quanto à presença de resíduos de hormônios em carnes, “parecem
estar baseadas em hipóteses inconsistentes e dados científicos inadequados”.
Perigosas Origens.
Nos
primórdios dos anos setenta, pela primeira vez, cientistas concluem
que substâncias que não foram sintetizadas para agirem como hormônios
poderiam, no entanto, desempenhar (ou mimetizar), não intencionalmente,
o papel biológico de certos hormônios. Esta constatação veio depois
do derramamento de uma substância química sintética chamada de Kepone,
princípio ativo utilizado para a manufatura de um agrotóxico chamado
pela marca comercial de MIREX. Este acidente redundou na queda no número
de espermatozóides daqueles homens que foram contaminados por contato
com o produto. Pesquisadores confirmaram que o Kepone era um estrogênio
fraco mesmo que sua estrutura química não tivesse nenhuma semelhança
com a do hormônio natural. E logo constataram que o Kepone tinha muitos
outros companheiros estrogênicos. Confirmaram, por exemplo, que o DDT
e outros agrotóxicos atuavam ou como um estrogênio endógeno ou produziam
metabólitos (nt.: produtos
que se formam a partir de sua degradação) que atuam como estrogênios.
A vida selvagem parece ser
especialmente vulnerável aos estrogênios ambientais. De fato, problemas
com animais selvagens fornecem os primeiros indícios de que os estrogênios
ambientais também podem trazer problemas aos seres humanos. Após examinar
salmões, de dois e quatro anos de idade capturados nos Grandes Lagos,
nos EUA, os pesquisadores constataram aumentos do volume das glândulas
tireóides em todos os espécimes. Dos machos, entre 40 a 80%, apresentaram
altas taxas de maturação sexual precoce. Agregava-se a isto, de que
muitos ovos não eclodiam. E este efeito, desastroso, acompanha todos
os níveis da cadeia alimentar. Nos ninhos da águia careca (nt.:
símbolo norte-americano), verifica-se que os ovos ficaram com suas
cascas frágeis e delgadas e por isso quebradiços. Este efeito havia
sido atribuído somente ao DDT. Mais tarde, no entanto, foi confirmado
o papel destrutivo que também tinham os hormônios ambientais. Verificou-se
isto quando foram descobertas, pelos pesquisadores da Universidade da
Florida, anormalidades no processo reprodutivo de fêmeas de jacarés
como a feminização dos machos que nidificavam no Lago Apopka, na Flórida
(nt.: área pantaneira próxima
à Disneyworld).
Este
lago está localizado numa área identificada pela EPA (nt.:
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos)
como contaminada em razão de um derramamento dos agrotóxicos Dicofol
e DDT (nt.: ambos
organoclorados). São substâncias reconhecidamente mimetizadoras
de hormônios naturais. As jacarés fêmeas, aos seis meses de idade, apresentam
concentrações de hormônio feminino estrogênio, quase duas vezes maiores,
do que as fêmeas normais. Sofrem também de anomalias em seus ovários
e as taxas de mortalidade são elevadas. Em jacarés machos jovens, os
níveis do hormônio testosterona são três vezes maiores do que os verificados
em machos do lago Woodruff. No lago Apopka os machos também apresentavam
testículos mal formados além de pênis anormalmente pequenos. Em dois
casos, os jacarés foram identificados primeiramente como fêmeas para
a posteriori constatar-se que eram machos sem pênis já que possuíam
testículos. Dois outros animais que tinham um pênis tipo um apêndice
foram identificados no início como machos para mais tarde verificar-se
que eram fêmeas por terem tecidos ovarianos. Os pesquisadores concluíram
que estas anormalidades nos aparelhos reprodutivos são devidas, provavelmente,
à exposição dos jacarés a substâncias estrogênicas.
Anormalidades
do Aparelho Reprodutivo.
Muitas
moléculas químicas artificiais portam-se como embusteiros já que imitam
a ação dos esteróides sexuais. Conseguem enganar processos orgânicos
vitais fazendo com que o corpo acredite que são estrogênios endógenos
naturais. Deslocando os hormônios verdadeiros para fora de sua rota
natural, tornam-se ativos e aptos. Substituindo os hormônios naturais,
estes impostores são capazes de enviar sinais errados para o receptor
químico que transporta o hormônio natural, tomando seu lugar na rota
metabólica em que trabalha.
Apesar
de haver um intenso debate a respeito da extensão dos perigos representados
pelos estrógenos ambientais, já existem muitos pontos demonstrando os
possíveis vínculos entre estes hormônios artificiais, câncer e anomalias
no trato reprodutivo. Um destes acontece desde 1948 quando médicos começaram
a prescrever a pacientes grávidas, o estrogênico sintético Dietilestilbestrol
(DES) para prevenir abortos. Vinte e três anos depois, cientistas descobrem
que algumas moças adolescentes, cujas mães tomaram DES, desenvolveram
adenocarcinoma, uma rara forma de câncer vaginal. As células na vagina
ou nas trompas de Falópio destas jovens estavam deformadas além de apresentarem
alterações estruturais em seus úteros de meninas.
Alguns
homens, expostos à experiência do DES quando fetos no útero materno,
demonstraram aumento na incidência de criptorquidismo, caso em que um
ou ambos testículos não descem do abdômen para o saco escrotal. É considerado
um importante fator de risco para o câncer testicular. Outro indício
relaciona-se com a abertura congênita da uretra masculina na face ventral
do pênis, chamada de hipospadia. Também estão tanto a queda na contagem
de espermatozóides como do volume do sêmen, encontrados em homens expostos
ao DES.
A
incidência de câncer de mama elevou-se drasticamente nos Estados Unidos
e está sendo atribuída à acumulação de químicos estrogênicos presentes
no meio ambiente. Muitos destes químicos causaram cânceres em animais
e são suspeitos de serem carcinogênicos em humanos.
Ambos,
DDT e PCB’s, demonstraram ser promotores de tumores cancerígenos e ter
atividade estrogênica. De acordo com o Merrian Webster’s Medical
Dictionary, o DDE é ainda considerado um organoclorado persistente
e origina-se da metabolização do DDT. Em 58 pacientes com câncer de
mama, os níveis do DDE foram de aproximadamente 35% mais altos quando
comparado com 171 pacientes saudáveis.
O
aumento na incidência de distúrbios no aparelho reprodutivo masculino
tem acompanhado o crescimento do câncer de mama. Câncer testicular,
criptorquidismo e anomalias na uretra (hipospadia) – todos com condições
de iniciarem ainda lá no estágio de desenvolvimento do feto – mais do
que dobraram nos últimos 30 a 50 anos. Já a contagem de espermatozóides
teve uma queda de 50%. Enquanto isso, o câncer testicular é considerado
agora como o líder na causa mortis entre jovens homens.
O Impacto dos
Hormônios Sintéticos.
O hormônio feminino estrogênico
natural – estradiol – conecta-se a proteínas extracelulares e é menos
eficaz para entrar na intimidade das células se comparado com hormônio
estrogênico sintético – DES/Dietilestilbestrol – que é atraído pelo
receptor do estrogênio natural. Tem demonstrado ter muito mais facilidade
de acesso ao interior da célula. Em concentrações equivalentes no sangue,
mais DES entram nas células do que o estradiol. Como afirma um pesquisador,
“o DES é funcionalmente bem mais efetivo do que é o hormônio natural”.
Pesquisas
em ratos demonstraram que os estrogênios ambientais tóxicos afetam dramaticamente
a fertilidade natural. Estes químicos sintetizados em altas doses alteraram
os tecidos estruturais dos tubos seminíferos de animais machos prejudicando
tanto a massa testicular como a contagem de espermatozóides. Também
causaram efeitos tóxicos nos dois testículos de ratos bem como em suas
estruturas internas. Pesquisadores têm avaliado o quanto estes efeitos
podem estar acontecendo nos organismos dos seres humanos. Já outros
pesquisadores sugerem que pequenas quantidades de muitos estrogênios
químicos, conjuntamente, podem ser tão desastrosas quanto quantidades
maiores de qualquer um deles isoladamente.
Constataram-se
desordens no sistema reprodutivo de populações onde as exposições aos
agentes estrogênicos foram altas. Além disto, recente pesquisa feita
in vitro definiu que os PCB’s aumentaram
significativamente a proliferação das células de câncer de mama chamadas:
MCF-7 (uma forma de câncer estrogênico). A adição da droga hidroxitamoxifen, um antagonista estrogênico, inibiu o aumento da
proliferação da célula associada ao câncer. Fica claro que a proteção
contra estes invasores ambientais nocivos é necessária. Cientistas têm
investigado o papel que as substâncias abaixo poderão desempenhar em
sua proteção em humanos contra os ecoestrogênios.
Indole-3-Carbinol.
O Indole-3-carbinol inibe a proliferação das células de câncer de mama
(MCF-7) em humanos com mais efetividade do que a droga tamoxifen. Se esta droga estanca a atividade
de uma molécula como as dos PCB’s, o I3C (sigla do indole-3-carbinol)
pode fazer o mesmo. Este antiestrogênio pode ser encontrado em verduras
da família botânica das brássicas como o brócolis, a couve-flor e a
couve-de-bruxelas. Ele altera a rota na qual o estrogênio é metabolizado
no organismo. Desviam da rota “equivocada” trazendo-os para a rota “adequada”,
conforme foi relatado na edição de outubro de 1999, desta publicação
– Vitamin Research News. A rota metabólica
do “ativador de tumores”, 16 alfa-hidroxilação,
é elevada em pacientes com cânceres endometrial e de mama e naqueles
com elevado risco de contraírem cânceres associados aos estrogênios.
Quando o estrogênio retorna da rota 16-alfa tomando a rota metabólica do “supressor de tumores”, chamada
de 2-hidroxilação, a incidência
de cânceres cai. Indivíduos
saudáveis em relação ao risco de cânceres endometrial e de mama, determinados
por estrogênios, evitam a rota do 16-alfa
e metabolizam o estrogênio através da rota 2-hidroxilação.
Pesquisadores indicaram
que alguns agrotóxicos organoclorados elevam a excreção de estrogênios
através da rota do “ativador de tumores” em células de câncer de mama
(MCF-7) enquanto os fitoquímicos, originários de vegetais como os que
têm o indole-3-carbinol (I3C), conduzem o processo de eliminação pela
rota do “supressor de tumores”. Pesquisando-se a ação tanto do I3C como
do ICZ (produto da condensação ácida do I3C) nos efeitos do metabolismo
do estrogênio, constatou-se que as propriedades antiestrogênicas do
I3C podem auxiliar na eliminação de contaminantes estrogênicos do organismo.
Contagem de Espermatozóides
e Nutrientes.
Carnitina,
arginina, zinco, selênio, vitamina B-12, os antioxidantes – glutatione
e as vitaminas C e E – além da coenzima Q10, têm se mostrado reativadores
tanto da contagem e mobilidade dos espermatozóides como da fertilidade
masculina. Numa pesquisa os camundongos alimentados com um de três diferentes
agrotóxicos, de 20 a 40 mg/kg de peso vivo por dia de vitamina C ofereceram
proteção ao decréscimo e à deformação de espermatozóides desenvolvidos
em animais tratados somente com químicos.
Antioxidantes
e Ecoestrogênios.
Pesquisa
indica que o dano oxidativo pode favorecer a toxicidade de estrogênios
ambientais. Em camundongos, vitaminas C e E podem proteger o fígado
contra alguns dos efeitos manifestados pelo químico estrogênico dieldrin (nt.: princípio ativo utilizado em agrotóxicos
organoclorados, estando banido na maior parte do mundo como o DDT).
Isto também foi demonstrado que estrogênios químicos como os PCB’s aumentam
o nível no qual o organismo excreta o ácido ascórbico. A administração
de ácido ascórbico para peixes expostos a estrogênios ambientais neutralizou
consideravelmente o efeito tóxico do químico através da diminuição em
dez vezes no número de peixes mortos. Além disto, porquinhos-da-índia,
deficientes em ácido ascórbico, tiveram mais dificuldade em termos de
tempo para degradar resíduos de agrotóxicos e experimentando maiores
acúmulos de agrotóxicos nos tecidos.
Tanto
em ratos como em porquinhos-da-índia expostos ao violento estrogênio
ambiental, PCB, a administração de 1000 mg/kg de vitamina E em seu regime
alimentar reduziu significativamente as quantidades de excreção tanto
de ácido ascórbico como de substâncias ácido-reativas chamadas de tiobarbitúricas
(nt.: TBARS, sigla
em inglês), importantes geradoras de oxidação. Em porquinhos-da-índia
contaminados com PCB, quando alimentados com altas doses de ácido ascórbico
e vitamina E tanto a reversão da severa retardação de crescimento induzida
pelo PCB como a redução dos níveis de TBARS foram mais efetivas do que
quando as vitaminas foram ministradas separadamente.
Além
disto, cientistas descobriram que carotenos e carotenóides, incluindo
os beta-carotenos, estão significativamente menos presentes em pacientes
com câncer do que em pessoas saudáveis. Em mulheres na fase da pós-menopausa
com câncer de mama, os níveis do soro xantofílico eram significativamente
mais baixos do que pessoas sadias. Em mulheres na fase da pré-menopausa
os níveis de soro beta-caroteno tendem a ser mais baixos entre casos
de câncer de mama do que entre indivíduos saudáveis. Estes resultados
sugerem que a combinação de fórmulas de antioxidantes nutricionais pode
oferecer significativa proteção contra os estrogênios ambientais.
Outros Protetores
Potenciais.
O consumo
de altas quantidades de fibras pode baixar as concentrações estrogênicas
no sangue, particularmente em mulheres na fase pré-menopausa. Também
a deficiência de selênio pode ser um indicador de estrogênio ambiental.
Arraçoar PCB’s a pintinhos faz decrescer a habilidade dos animais de
utilizar o selênio, deixando as membranas celulares vulneráveis aos
efeitos maléficos da peroxidação induzida pelos agrotóxicos. Estes animais
com deficiência de selênio por serem tratados com PCB’s, sugere a possível
necessidade de uma suplementação adicional com selênio.
Conclusão.
Esta
contaminação de estrogônios ambientais é global. Está praticamente impossível
escaparmos de um confronto com estas moléculas químicas. Entretanto,
antioxidantes, seja o I3C como outros nutrientes, podem desempenhar
um importante papel, protegendo-nos dos efeitos gerados por tais ecoestrogênios.
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