sábado, 28 de março de 2015

Reposição Hormonal no Homem: Testosterona e DHEA
Prof. Dr. José de Felippe Junior 




O homem de um modo muito semelhante ao que ocorre com a mulher, passa por um período de sua vida onde ele sente o declínio de suas funções físicas, psíquicas e sexuais: é o climatério masculino. Este período de privação, ou de deficiência de hormônio androgênico (testosterona), geralmente passa despercebido para a maioria dos médicos não atentos ao problema porque não existe no homem um evento dramático , como acontece para a mulher : a última menstruação.
Entretanto, chega um momento que o homem sente que já não é o mesmo de antes ,e isto pode acontecer já aos 35 - 40 anos de idade ou após os 50 - 60 anos . Ele fica mais irritado, nervoso, esquecido ,aumenta a tendência à tristeza e à depressão, seu humor fica lábil, sente-se mais cansado, com falta de energia, menor disposição ,às vezes cai a libido e a potência, a ereção não é mais como antes. Diminuí a sua vontade de lutar e os empreendimentos de risco antes uma rotina, agora lhe causam temores. Sente-se mais susceptível ao meio onde vive, é menos agressivo nos negócios e menos impetuoso com as mulheres.

O seu corpo também sofre transformações exteriores e a primeira delas é o aumento de peso. Começa a engordar particularmente no abdome e a sua massa muscular diminui e fica mais flácida. Aparecem os primeiros vincos na face e as primeiras manchas no dorso das mãos e os cabelos ficam mais finos e sem brilho. Dores articulares, palpitações ,dificuldades urinárias e hipertensão arterial podem acompanhar o quadro. É a época onde o colesterol e os triglicérides costumam aumentar, podendo aparecer também hipertensão arterial e intolerância à glicose: diabetes melittus.

É importante estarmos atentos para qualquer modificação de comportamento e para qualquer sinal ou sintoma físico nesta fase da vida, para podermos diagnosticar e tratar adequadamente o climatério masculino. É necessário uma maior compreensão do homem nesta fase, pois se por um lado o climatério é inevitável, sabemos muito bem que as suas consequências são perfeitamente evitáveis, através da reposição hormonal.

A reposição hormonal no homem se impõem neste período de vida tão importante e tão negligenciado , não só para manter a sua capacidade de trabalho como também para melhorar a sua qualidade de vida intelectual, social e sexual.

Entretanto antes de procedermos à reposição hormonal , devemos nos lembrar que este homem vivendo no planeta por 35 - 40 anos ou mais já teve a oportunidade de entrar em contato com inúmeras substancias estranhas ao organismo como os metais tóxicos, os agroquímicos e a extensa coleção de aditivos alimentares. Por exemplo, a intoxicação crônica pelo chumbo pode provocar: irritabilidade, ansiedade, depressão, diminuição da memória e da concentração, dores articulares e cansaço . O mercúrio pode provocar: falta de energia, tristeza, depressão, insônia, sonolência, instabilidade emocional e diminuição da memória. O alumínio provoca cansaço, fraqueza e diminuição da memória. Os aditivos alimentares e os agrotóxicos também podem provocar sintomas psíquicos e físicos como: irritabilidade, ansiedade, depressão, falta de disposição e aumento do cansaço físico e mental.

Desta forma torna-se imperioso afastar a presença destas substancias estranhas antes de se proceder à reposição hormonal.

Outro aspecto da maior relevância, porem, quase sempre esquecida pelos médicos em geral é o seguinte: as nossas células necessitam receber do meio externo 45 nutrientes essenciais para conseguirem produzir energia e fabricar proteinas, enzimas, e inclusive os hormônios.

Nesta fase da vida que estamos nos situando, 35 - 40 anos , as responsabilidades do homem são muito grandes. É grande a pressão da sociedade, é necessário abrir novos empreendimentos, recuperar-se de maus negócios ou simplesmente manter o emprego. Esta sobrecarga de trabalho e sobrecarga emocional do cotidiano, leva ao dispêndio de muita energia e por consequência maior quantidade de nutrientes são necessários ao organismo.

Estas substancias deveriam ser provenientes da dieta , porém geralmente as pessoas não se importam com a alimentação. Comem em qualquer lugar, qualquer coisa e depressa, sendo assim frequente o deficit de vários tipos de nutrientes nesta fase da vida .

Portanto para essas pessoas é um contra senso, administrar o hormônio já pronto como primeira opção, pois nós podemos tentar fazer com que a célula o produza simplesmente fornecendo a elas a matéria prima necessária: nutrientes .Uma máquina por melhor e mais moderna que seja não conseguirá produzir se não lhe fornecermos a matéria prima adequada.

Concluímos assim que antes da reposição hormonal é necessário livrar o candidato dos metais e substâncias tóxicas e também é preciso repor os nutrientes essenciais que porventura estejam em falta.

Quando estivermos diante de um homem com os sinais e sintomas acima descritos, isento de metais e substancias tóxicas e com os seus 45 nutrientes essenciais em ordem e equilibrados é que procedemos à reposição hormonal androgênica.

Precisamos saber agora, qual a substancia a ser utilizada, a dose , a via de administração e o horário.

Sabemos que o principal androgênio é a testosterona, responsável pelas características sexuais primárias como a libido, a potência e a fertilidade e as secundárias como a virilização: musculatura, distribuição dos pêlos e o comportamento viril.

A hipófise produz LH , uma gonadotrofina que regula a produção de testosterona pelas células de Leydig do testículo, de uma forma circadiana: as maiores concentrações de testosterona no plasma acontecem às 8 horas e as menores às 21 horas. A maior parte da testosterona não está disponível biologicamente pois encontra-se ligada à albumina e a uma globulina carregadora específica a SHBG ( 30 - 40% ).Somente 1 a 2 % da testosterona está no plasma em sua forma livre.

É o hipotálamo que controla a produção de LH pela adenohipófise, atraves da secreção de LH - RH : fator liberador de gonadotrofinas. Tal secreção sofre influencias neurais de vários pontos ; assim o estimulo visual, olfativo, auditivo, do tato podem aumentar a liberação de LH - RH ,assim como os estímulos colinérgicos e adrenérgicos. Pelo contrário o estresse ,a sobrecarga de trabalho , a sobrecarga emocional ,diminuem a secreção de LH - RH ,diminuem assim a produção de LH e consequentemente de testosterona.. O excesso de cortisol circulante possuem a capacidade de inibir diretamente a secreção de LH.

Outro hormônio hipofisário que age sobre as células de Leydig é a prolactina. Ela favorece a entrada de lipídios nestas células e reforça a ação do LH na produção de testosterona. A prolatina também age sinergicamente com a testosterona no seu efeito anabolizante.

A hipófise produz outra gonadotrofina o FSH que regula a função das células de Sertoli, situadas nos tubos seminíferos do testículo e que produzem o líquido seminífero e grande variedade de proteinas reguladoras da espermatogênese.

Nos animais inferiores os testículos e os ovários são os únicos a fabricarem os hormônios sexuais, entretanto nos seres humanos e nos animais superiores esses orgãos não são os únicos produtores de androgênios e estrogênios. No homem quase 50% dos androgênios são sintetizados nas células dos tecidos periféricos alvo , a partir de precursores adrenais inativos: dehidroepiandrosterona ( DHEA ) e sulfato de dehidroepiandrosterona ( DHEAs)

Nas mulheres no período pré menopausa 75% dos estrogênios são produzidos nos tecidos periféricos a partir do DHEA e na pós menopausa,100%.

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