Redução da massa muscular, fraqueza e dores podem estar relacionadas a deficiência dessa vitamina, que é fundamental para a fixação do cálcio e outros minerais em nosso organismo e — entre outras funções - atua no bom funcionamento cardíaco e na saúde de tecidos de ossos e músculos A grande maioria da vitamina D presente no organismo é sintetizada pela pele por exposição aos raios ultravioletas e a outra parcela vem das necessidades de ingestão de fontes alimentares como peixes (salmão, arenque, atum, sardinha), óleo de fígado de peixe, gema de ovos, leite, cogumelos (Tabela 1). São poucos os alimentos ricos naturalmente com essa vitamina, nesse sentido a ingesta de alimentos enriquecidos com a mesma (leite, leite de soja, cereais e suplementos) torna-se necessário. Com base na Ingestão Daria Recomendada (IDR) a ingestão recomendada da Vitamina D é de 5 µg (picograma) para ambos os sexos, entre a faixa etária de 9 a 50 anos.
A partir de exposição aos raios do sol, o 7-dehidrocolesterol presente na pele é transformado em vitamina D3. Esta forma não ativa da vitamina D é transportada pela corrente sanguínea até o fígado que a transforma em calcidiol - primeiro estágio da formação da vitamina. Para se tornar biologicamente ativa, a vitamina D passa ainda por outro processo bioquímico nas mitocôndrias (usina das células) dos rins transformando-se em na forma ativa da Vitamina D .
A principal função da vitamina D é manter a homeostase (equilíbrio) do cálcio e do fósforo, mantendo conseqüentemente as concentrações de cálcio intra e extracelular entre uma faixa fisiologicamente aceitável.
A vitamina D regula outras vitaminas e minerais em nosso organismo, agindo como um hormônio, aumentando as concentrações de cálcio e fosfato promovendo a mineralização óssea, além de induzir a síntese de proteína fixadora de cálcio. É muito evidente essa sua atuação na homeostase do cálcio, mas existem receptores de Vitamina D por todo organismo com ações diversificadas.
Uma das ações muito evidente da vitamina D é sobre o músculo esquelético, atuando sobre o transporte de cálcio e síntese protéica, sendo que a sua deficiência está relacionada com a diminuição da força e da massa muscular.
De acordo com Cannell e colaboradores (2009), em sua revisão literária, a vitamina pode influenciar no desempenho atlético. Esse fato foi encontrado por alguns estudos em função do aumento dos níveis intracelulares de calcitrol, com a ingestão de vitamina D , em diversos tecidos do organismo como o tecido nervoso e muscular. Outro achado nesse estudo foi o aumento do tamanho e do número de fibras musculares tipo II com o consumo adequado de vitamina D.
Em um artigo publicado na República Tcheca avaliou 143 pacientes com osteomalácia (defeito na mineralização do osso) de diferentes origens antes e após tratamento com vitamina D. Os pacientes ganharam um total de 2,42 kg de peso corporal, aumento de 3,23 kg na força muscular no primeiro mês e 2,16 kg na forma muscular após o segundo mês.
Como ela afeta seu treino?
A deficiência da vitamina, ou seja, a Hipovitaminose D causa sarcopenia (redução da massa muscular), fraqueza muscular, e contribui para um aumento do risco de danos musculares e miopatias (doenças musculares). Estudos também demonstram atrofia de fibras musculares do tipo II — fibras rápidas utilizadas em exercícios glicolíticos como o treinamento de força — que se correlaciona com a diminuição de força muscular. Administração de vitamina D (800 UI / dia) com o cálcio aumentam a força muscular e diminuem os danos musculares.
A ingestão reduzida de vitamina D também pode ocasionar perda óssea gerando osteoporose, dores musculares e fadiga muscular. Estudos também relacionam a deficiência de Vitamina D com doenças cardiovasculares e diabetes tipo 1, tipo 2 e esclerose múltipla.
A esclerose múltipla é uma doença auto-imune que afeta cerca de 2,5 milhões pessoas em todo o mundo. Sua ocorrência vem sido relatada a partir de uma confluência genética e fatores ambientais. A suplementação de vitamina D tem sido associada com menor risco ao desenvolvimento da esclerose múltipla. Equipes de investigadores canadenses e britânicos vêem relatando provas que a vitamina D interage com uma variante do gene HLA-DRB1 que tem sido associado com a esclerose.
Muitas funções corporais e metabólicas são controladas pela vitamina D, sendo de grande importância a presença da mesma em nossa dieta. Procure sempre um nutricionista para que o mesmo possa encontrar as dosagens e proporções certas de vitaminas para seu desempenho atlético ou atividades da vida cotidiana.
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