Está novamente circulando pela internet
uma mensagem sensacionalista, estimulando o uso diário e frequente de
bicarbonatos para debelar o câncer e prevenir doenças.
A mensagem induz**, partindo de
informação verdadeira, de que nosso metabolismo não pode ser ácido
(verdade); que a cura do câncer e a prevenção de doenças é via
alcalinizar-se com o consumo diário de limão + bicarbonato (enganos).
Primeiramente, tentaram com a
recomendação do consumo de bicarbonato puro: em tudo, até no shampoo.
Não deu muito ibope. Talvez pela minha pronta denúncia. Agora estão
misturando com o limão, para facilitar o engodo... Um alimento funcional
e verdadeiramente terapêutico + pó branco = PERIGO.
Sem dúvida alguma, trata-se de lixo
eletrônico, altamente perigoso, porque essa mistura vai gerar enorme
quantidade de gases, gerar sais, desativar os poderes terapêuticos do limão e causar complicações à saúde, como as listadas abaixo.
O limão só é terapêutico quando integrado com alimentos do reino vegetal, íntegros
(não refinados), crus, frescos, maduros (da estação) e idealmente orgânicos.
(não refinados), crus, frescos, maduros (da estação) e idealmente orgânicos.
Da mesma forma que o antitérmico não
cura a infecção, um antiácido não irá curar um metabolismo cronicamente
ácido. O bom senso é que para sanar um problema agudo ou crônico há que
se tratar a CAUSA.
A causa está basicamente numa
alimentação inadequada, maus hábitos de vida ou consumo de drogas e
medicamentos. Portanto, a cura não está JAMAIS no consumo e
automedicação com antiácidos como os bicarbonatos, sendo o de sódio o
mais barato e fácil de comprar, portanto o mais perigoso. Mas, além de
todas as cabíveis providências de preservação da vida, resgatar bons
hábitos de alimentação e qualidade de vida, na velocidade e na medida do
possível.
ALERTA GERAL
O lixo eletrônico que está circulando
na internet mistura propriedades reais existentes nos cítricos***, com
falácias sem nenhum fundamento (expressões do tipo: 10 mil vezes mais
ativo que a quimioterapia???), informações erradas e omissões, e
finaliza com um crédito: Institute of Health Sciences ou The Health
Sciences Institute (HSI), que não publicou o texto, não foi a fonte das
alegações e não costuma fornecer informações para o público em geral.
Conclusão
Tem gente muito irresponsável querendo
supervalorizar o bicarbonato, para aumentar suas margens de vendas, seus
lucros, em cima da ignorância do povo. E o pior é que gente de gabarito
tem me encaminhado essa mensagem, tipo para me agradar, mas isso só me
deixa mais apavorada... O brasileiro tem o péssimo hábito de ler e dar
credibilidade ao lixo eletrônico e, pior ainda, o dissemina sem nem ao menos questioná-lo.
São vários os bicarbonatos, que são
sais instáveis, que atuam principalmente como neutralizantes de meios
ácidos. São várias as suas funções, mas o propósito desta matéria é
chamar atenção sobre as complicações do consumo abusivo e indiscriminado
de bicarbonatos e antiácidos.
As reações de neutralização formam sais
e gases (CO2) que irão aumentar a pressão metabólica, causar problemas
renais e até desativar locais ou momentos metabólicos em que a acidez
temporária é importante:
- - NaHCO3 + HCl (acidez) --> NaCl + H2O + CO2 (gás que confere a efervescência)
- - 3 NaHCO3 + ácido cítrico --> Citrato de Sódio + H2O + 3 CO2 (muito gás)
- - KHCO3 + HCl --> KCl + H2O + CO2
- - Ca(HCO3)2 + 2 HCl --> CaCl2 + 2 H2O + 2 CO2
- - Mg(HCO3)2 + 2 HCl --> MgCl2 + 2 H2O + 2 CO2
As complicações da automedicação e do consumo de bicarbonatos:
- Mascarando problemas estomacais mais sérios
Sobre essas complicações, temos os
portadores de problemas digestivos como principal grupo de estudos, pois
junto com os analgésicos, os antiácidos são os remédios que mais são
vendidos em farmácias, mercados e lojas de secos e molhados.
Milhares desses antiácidos são
consumidos habitualmente e por longo período de tempo. Acontece que,
como podem ser comprados sem receita, rendem enormes lucros aos seus
fabricantes. Prova disso é a propaganda maciça em todos os meios de
comunicação, habitualmente no horário das principais refeições, momento
em que os sintomas podem se tornar mais fortes.
Alguns anunciantes mostram grandes
festas, pessoas obesas, com roupas coloridas e cantando músicas
próprias, sorridentes e felizes ingerindo todo o tipo de comidas
gordurosas, embutidos e outras cheias de produtos químicos e
conservantes, além de bebidas em excesso. Isso nada mais é do que um
convite para que outras pessoas possam entrar nesse círculo vicioso,
comendo, bebendo e tomando os antiácidos anunciados.
No auge da verdadeira orgia, surge uma
dor ou uma queimação no estômago que é prontamente resolvida com o
remédio anunciado, um efeito milagroso e instantâneo. Chega a ser cômico
e trágico ao mesmo tempo: “Ferveu, tomou, passou”.
Na medida em que esse uso se torna
habitual, surgem alguns problemas que, com o decorrer do tempo, podem se
transformar em doenças graves. A presença de queimação, acidez e dores
de estômago são sinais de que o organismo está querendo mostrar a sua
não satisfação com o que está ocorrendo, pedindo soluções definitivas
para a situação. O tratamento sintomático pode afastar o incômodo no
momento, mas e a causa, como fica?
Conclusão: o consumo indiscriminado de antiácidos pode mascarar e dificultar o diagnóstico da causa da doença, principalmente o câncer de estômago.
- Degeneração Cerebral
Isso tudo ainda não é o pior, pois o
que vem a seguir é de uma gravidade enorme: Há provas científicas das
complicações neurológicas que podem surgir quando o uso dessas drogas se
torna rotineiro e sem orientação médica.
Alguns antiácidos e remédios contra a
gastrite podem acelerar a degeneração cerebral em idosos, afirma uma
pesquisa publicada pela revista da Sociedade Americana de Geriatria. O
levantamento examinou e analisou cerca de 1500 afro-americanos com mais
de 65 anos de idade e colocou sob suspeita alguns remédios contra
gastrite e úlcera mais populares do mundo.
Segundo os pesquisadores, os idosos que
usavam os medicamentos com frequência, eram 2,5 vezes mais propensos a
apresentar diminuição na capacidade de adquirir conhecimentos. Entre os
participantes do estudo, 275 pessoas – todas consumidoras regulares de
antiácidos – apresentaram problemas cerebrais em níveis patológicos.
À medida que o tempo passa e não se
consegue debelar os sintomas, as possibilidades de complicações aumentam
e as soluções necessárias podem ser mais radicais. Prevenir é melhor do
que remediar. É preciso ficar atento pois a saúde é o único bem que não
se compra com dinheiro nenhum. Não se deixe iludir.
- Deficiência de Fósforo
Para se ter uma ideia da sua
importância, basta saber que moléculas a base de fósforo revestem todas
as nossas células, participando do processo de crescimento de tecidos.
"O fósforo participa da formação dos ossos e da dentição. Além disso,
atua na contração muscular, ajudando a manter estável o ritmo dos
batimentos cardíacos", diz Daniela Jobst. Previne, ainda, a perda de
memória.
A sua falta, apesar de rara, pode
ocorrer quando há uma ingestão exagerada de antiácidos ricos em
alumínio, medicamentos que atrapalham a absorção do fósforo pelo
organismo.
- Intoxicação por Alumínio
O alumínio em excesso pode vir a causar
problemas de memória quando a intoxicação for a longo prazo. As
principais fontes de intoxicação de alumínio: água potável, utensílios
de cozinha, desodorantes, queijos processados, antiácidos (contêm
bicarbonato de magnésio) e recipientes de alumínio para alimentos (ex.
quentinhas).
Atualmente, a condição mais associada à
elevação de alumínio é o aumento da permeabilidade intestinal, em que
se altera a função do intestino por uso de antibióticos, cortisona,
anti-inflamatórios, antiácidos ou então por alergia a algum alimento.
Como o alumínio é encontrado abundantemente em alimentos habituais (pão,
queijo, verdura etc.), a pesquisa de um problema intestinal deve ser a
primeira linha de abordagem de investigação.
- Disbiose Intestinal
É o conjunto de desequilíbrios da
microflora intestinal que causa alterações da saúde com contribuição
importante no desenvolvimento de processos degenerativos e alterações do
sistema imune. O nome pode soar estranho, mas disbiose é uma das causas
da diarreia, da prisão de ventre, flatulências, além das síndromes de
cólon irritável (SII).
Durante o processo de disbiose,
encontramos, com certa frequência, a diminuição da flora bacteriana do
bem, em prol da presença de parasitas, desenvolvimento excessivo de
bactérias da flora bacteriana do mal e de Candida Albicans.
A Candida Albicans é uma
levedura (ou fungo) que, normalmente, também se localiza na flora
intestinal mas que, em condições favoráveis, se desenvolve de forma
exagerada e se torna, então, responsável por quadros clínicos graves com
manifestações sistêmicas múltiplas como: diarreias recorrentes, má
absorção com desnutrição crônica em nutrientes essenciais, dores
abdominais persistentes sem causa identificável, emagrecimento,
perturbações do sono e manifestações de depressão e/ou ansiedade.
Raramente a disbiose por Candida Albicans é corretamente diagnosticada, podendo esse quadro arrastar-se por vários anos sem o tratamento eficaz.
As causas podem ser atribuídas a uma série de fatores, mas citemos as mais importantes, como:
- • Má alimentação com ingestão elevada de proteína, açúcar, farinhas, frituras e baixo consumo de vegetais e fibras
- • Estresse
- • Falta de secreções digestivas
- • Intoxicação por agrotóxicos e metais pesados
- • Uso abusivo de álcool e cigarro
- • Uso indiscriminado de antibióticos, anti-inflamatórios, antiácidos e corticoides
O uso elevado e crescente,
indiscriminado e irracional, de medicamentos vem se tornando um dos
principais inimigos da microbiota intestinal. Por exemplo, os antiácidos
consumidos em excesso enfraquecem a acidez estomacal e,
consequentemente, permitem que muitos micro-organismos patogênicos
cheguem vivos ao intestino, desequilibrando sua flora do bem. O mesmo
pode-se falar dos antibióticos, já que eliminam tanto micro-organismos
benéficos como maléficos.
- Osteoporose
A osteoporose é uma doença que causa o
enfraquecimento progressivo dos ossos, pela perda de cálcio e massa
óssea. Surge com o avançar da idade e pode causar fraturas. Traumatismos
leves podem ocorrer com uma pequena queda ou ao apoiar-se na janela,
tossir ou carregar objetos mais pesados.
As causas podem ser atribuídas a uma série de fatores, mas citemos as mais importantes, como:
- - Sedentarismo ou exercícios em excesso ou inadequados
- - História familiar de osteoporose
- - Dieta pobre em cálcio (consumo de verduras, frutas, raízes e sementes)
- - Baixa exposição ao sol
- - Uso exagerado de álcool, café e fumo
- - Uso de alguns medicamentos, como uso crônico de antiácidos, corticoides, anticonvulsivantes, lítio, anticoagulantes e diuréticos que produzem perda de cálcio na urina
- Tratamento da Tireoide
O consumo de antiácidos pode dificultar
a absorção de outros medicamentos como, por exemplo, para tratar a
tiroide. Essas medicações necessitam da acidez gástrica para serem
absorvidas e, se a pessoa toma um anticido junto com essa medicação, o
controle das doenças da tiroide fica prejudicado.
- Hipertensão e Cálculos Renais
Diante da presença de excesso de sais
de cátions, como sódio e cálcio, existe um mecanismo de defesa do
organismo que é diluir essa concentração salina nos líquidos corporais.
Dessa forma, o metabolismo retém água causando inchaços e hipertensão.
Esse excesso salino também vai ser
depositado na bexiga, facilitando a formação de cristais ou cálculo
renal. Nomes populares: pedras nos rins, litíase, nefrolitíase. O
depósito organizado de sais minerais nos rins ou em qualquer parte do
aparelho urinário é o que se chama de cálculo urinário.
Cálculos constituídos por cálcio são os
mais comuns. Outros minerais encontrados são: oxalato, fósforo, ácido
úrico. As “pedras” podem também ser formadas por uma mistura desses
elementos. Quando houver um excesso desses minerais no organismo, há uma
tendência para que eles se depositem na urina.
Como exemplo pode se tomar uma pessoa que faça uso exagerado de leite e derivados, os quais são ricos em cálcio.
A causa exata da formação dos cálculos
nem sempre é conhecida. Embora certos alimentos possam promover a
formação de cálculos em pessoas que são suscetíveis, os cientistas não
acreditam que algum tipo de alimento cause cálculos em pessoas não
suscetíveis. Uma pessoa que tenha algum familiar que já teve cálculo
renal pode ser mais propensa a desenvolver cálculos.
Infecções urinárias, hipertensão e distúrbios renais estão relacionados com a formação de cálculos.
A desidratação, muito importante nos
lugares de clima quente, também é um importante fator de risco para a
formação dos cálculos renais.
Outras causas de cálculo renal são:
gota, excesso de ingestão de vitamina D e obstrução do trato urinário.
Certos diuréticos (normalmente usados por hipertensos), antiácidos e
outros medicamentos podem aumentar o risco de formação de cálculos pelo
aumento de cálcio na urina.
Certo. Você pretende mesmo consumir
diariamente o bicarbonato de sódio ou antiácidos? Caramba, se excesso de
sal de cozinha já faz super mal, que dirá outros sais baratinhos
comprados em qualquer mercadinho ou farmácia da esquina...
Não seria mais responsável e consciente você investir na saúde e procurar as causas das suas desarmonias?
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