terça-feira, 29 de abril de 2014

Limão + Bicarbonato = PERIGO em lixo eletrônico

Está novamente circulando pela internet uma mensagem sensacionalista, estimulando o uso diário e frequente de bicarbonatos para debelar o câncer e prevenir doenças.
A mensagem induz**, partindo de informação verdadeira, de que nosso metabolismo não pode ser ácido (verdade); que a cura do câncer e a prevenção de doenças é via alcalinizar-se com o consumo diário de limão + bicarbonato (enganos). 
Primeiramente, tentaram com a recomendação do consumo de bicarbonato puro: em tudo, até no shampoo. Não deu muito ibope. Talvez pela minha pronta denúncia. Agora estão misturando com o limão, para facilitar o engodo... Um alimento funcional e verdadeiramente terapêutico + pó branco = PERIGO.
Sem dúvida alguma, trata-se de lixo eletrônico, altamente perigoso, porque essa mistura vai gerar enorme quantidade de gases, gerar sais, desativar os poderes terapêuticos do limão e causar complicações à saúde, como as listadas abaixo.
O limão só é terapêutico quando integrado com alimentos do reino vegetal, íntegros
(não refinados), crus, frescos, maduros (da estação) e idealmente orgânicos.
Da mesma forma que o antitérmico não cura a infecção, um antiácido não irá curar um metabolismo cronicamente ácido. O bom senso é que para sanar um problema agudo ou crônico há que se tratar a CAUSA.
A causa está basicamente numa alimentação inadequada, maus hábitos de vida ou consumo de drogas e medicamentos. Portanto, a cura não está JAMAIS no consumo e automedicação com antiácidos como os bicarbonatos, sendo o de sódio o mais barato e fácil de comprar, portanto o mais perigoso. Mas, além de todas as cabíveis providências de preservação da vida, resgatar bons hábitos de alimentação e qualidade de vida, na velocidade e na medida do possível.
ALERTA GERAL
O lixo eletrônico que está circulando na internet mistura propriedades reais existentes nos cítricos***, com falácias sem nenhum fundamento (expressões do tipo: 10 mil vezes mais ativo que a quimioterapia???), informações erradas e omissões, e finaliza com um crédito: Institute of Health Sciences ou The Health Sciences Institute (HSI), que não publicou o texto, não foi a fonte das alegações e não costuma fornecer informações para o público em geral.
Conclusão
Tem gente muito irresponsável querendo supervalorizar o bicarbonato, para aumentar suas margens de vendas, seus lucros, em cima da ignorância do povo. E o pior é que gente de gabarito tem me encaminhado essa mensagem, tipo para me agradar, mas isso só me deixa mais apavorada... O brasileiro tem o péssimo hábito de ler e dar credibilidade ao lixo eletrônico e, pior ainda, o dissemina sem nem ao menos questioná-lo.



 
São vários os bicarbonatos, que são sais instáveis, que atuam principalmente como neutralizantes de meios ácidos. São várias as suas funções, mas o propósito desta matéria é chamar atenção sobre as complicações do consumo abusivo e indiscriminado de bicarbonatos e antiácidos.
As reações de neutralização formam sais e gases (CO2) que irão aumentar a pressão metabólica, causar problemas renais e até desativar locais ou momentos metabólicos em que a acidez temporária é importante:
  • - NaHCO3 + HCl (acidez) --> NaCl + H2O + CO2 (gás que confere a efervescência)
  • - 3 NaHCO3 + ácido cítrico --> Citrato de Sódio + H2O + 3 CO2 (muito gás)
  • - KHCO3 + HCl --> KCl + H2O + CO2
  • - Ca(HCO3)2 + 2 HCl --> CaCl2 + 2 H2O + 2 CO2
  • - Mg(HCO3)2 + 2 HCl --> MgCl2 + 2 H2O + 2 CO2

As complicações da automedicação e do consumo de bicarbonatos:
- Mascarando problemas estomacais mais sérios
Sobre essas complicações, temos os portadores de problemas digestivos como principal grupo de estudos, pois junto com os analgésicos, os antiácidos são os remédios que mais são vendidos em farmácias, mercados e lojas de secos e molhados.
Milhares desses antiácidos são consumidos habitualmente e por longo período de tempo. Acontece que, como podem ser comprados sem receita, rendem enormes lucros aos seus fabricantes. Prova disso é a propaganda maciça em todos os meios de comunicação, habitualmente no horário das principais refeições, momento em que os sintomas podem se tornar mais fortes.
Alguns anunciantes mostram grandes festas, pessoas obesas, com roupas coloridas e cantando músicas próprias, sorridentes e felizes ingerindo todo o tipo de comidas gordurosas, embutidos e outras cheias de produtos químicos e conservantes, além de bebidas em excesso. Isso nada mais é do que um convite para que outras pessoas possam entrar nesse círculo vicioso, comendo, bebendo e tomando os antiácidos anunciados.
No auge da verdadeira orgia, surge uma dor ou uma queimação no estômago que é prontamente resolvida com o remédio anunciado, um efeito milagroso e instantâneo. Chega a ser cômico e trágico ao mesmo tempo: “Ferveu, tomou, passou”.
Na medida em que esse uso se torna habitual, surgem alguns problemas que, com o decorrer do tempo, podem se transformar em doenças graves. A presença de queimação, acidez e dores de estômago são sinais de que o organismo está querendo mostrar a sua não satisfação com o que está ocorrendo, pedindo soluções definitivas para a situação. O tratamento sintomático pode afastar o incômodo no momento, mas e a causa, como fica?
Conclusão: o consumo indiscriminado de antiácidos pode mascarar e dificultar o diagnóstico da causa da doença, principalmente o câncer de estômago.
- Degeneração Cerebral
Isso tudo ainda não é o pior, pois o que vem a seguir é de uma gravidade enorme: Há provas científicas das complicações neurológicas que podem surgir quando o uso dessas drogas se torna rotineiro e sem orientação médica.
Alguns antiácidos e remédios contra a gastrite podem acelerar a degeneração cerebral em idosos, afirma uma pesquisa publicada pela revista da Sociedade Americana de Geriatria. O levantamento examinou e analisou cerca de 1500 afro-americanos com mais de 65 anos de idade e colocou sob suspeita alguns remédios contra gastrite e úlcera mais populares do mundo.
Segundo os pesquisadores, os idosos que usavam os medicamentos com frequência, eram 2,5 vezes mais propensos a apresentar diminuição na capacidade de adquirir conhecimentos. Entre os participantes do estudo, 275 pessoas – todas consumidoras regulares de antiácidos – apresentaram problemas cerebrais em níveis patológicos.
À medida que o tempo passa e não se consegue debelar os sintomas, as possibilidades de complicações aumentam e as soluções necessárias podem ser mais radicais. Prevenir é melhor do que remediar. É preciso ficar atento pois a saúde é o único bem que não se compra com dinheiro nenhum. Não se deixe iludir.
- Deficiência de Fósforo
Para se ter uma ideia da sua importância, basta saber que moléculas a base de fósforo revestem todas as nossas células, participando do processo de crescimento de tecidos. "O fósforo participa da formação dos ossos e da dentição. Além disso, atua na contração muscular, ajudando a manter estável o ritmo dos batimentos cardíacos", diz Daniela Jobst. Previne, ainda, a perda de memória.
A sua falta, apesar de rara, pode ocorrer quando há uma ingestão exagerada de antiácidos ricos em alumínio, medicamentos que atrapalham a absorção do fósforo pelo organismo.
- Intoxicação por Alumínio
O alumínio em excesso pode vir a causar problemas de memória quando a intoxicação for a longo prazo. As principais fontes de intoxicação de alumínio: água potável, utensílios de cozinha, desodorantes, queijos processados, antiácidos (contêm bicarbonato de magnésio) e recipientes de alumínio para alimentos (ex. quentinhas).
Atualmente, a condição mais associada à elevação de alumínio é o aumento da permeabilidade intestinal, em que se altera a função do intestino por uso de antibióticos, cortisona, anti-inflamatórios, antiácidos ou então por alergia a algum alimento. Como o alumínio é encontrado abundantemente em alimentos habituais (pão, queijo, verdura etc.), a pesquisa de um problema intestinal deve ser a primeira linha de abordagem de investigação.
- Disbiose Intestinal
É o conjunto de desequilíbrios da microflora intestinal que causa alterações da saúde com contribuição importante no desenvolvimento de processos degenerativos e alterações do sistema imune. O nome pode soar estranho, mas disbiose é uma das causas da diarreia, da prisão de ventre, flatulências, além das síndromes de cólon irritável (SII).
Durante o processo de disbiose, encontramos, com certa frequência, a diminuição da flora bacteriana do bem, em prol da presença de parasitas, desenvolvimento excessivo de bactérias da flora bacteriana do mal e de Candida Albicans.
A Candida Albicans é uma levedura (ou fungo) que, normalmente, também se localiza na flora intestinal mas que, em condições favoráveis, se desenvolve de forma exagerada e se torna, então, responsável por quadros clínicos graves com manifestações sistêmicas múltiplas como: diarreias recorrentes, má absorção com desnutrição crônica em nutrientes essenciais, dores abdominais persistentes sem causa identificável, emagrecimento, perturbações do sono e manifestações de depressão e/ou ansiedade.
Raramente a disbiose por Candida Albicans é corretamente diagnosticada, podendo esse quadro arrastar-se por vários anos sem o tratamento eficaz.
As causas podem ser atribuídas a uma série de fatores, mas citemos as mais importantes, como:
  • • Má alimentação com ingestão elevada de proteína, açúcar, farinhas, frituras e baixo consumo de vegetais e fibras
  • • Estresse
  • • Falta de secreções digestivas
  • • Intoxicação por agrotóxicos e metais pesados
  • • Uso abusivo de álcool e cigarro
  • • Uso indiscriminado de antibióticos, anti-inflamatórios, antiácidos e corticoides
O uso elevado e crescente, indiscriminado e irracional, de medicamentos vem se tornando um dos principais inimigos da microbiota intestinal. Por exemplo, os antiácidos consumidos em excesso enfraquecem a acidez estomacal e, consequentemente, permitem que muitos micro-organismos patogênicos cheguem vivos ao intestino, desequilibrando sua flora do bem. O mesmo pode-se falar dos antibióticos, já que eliminam tanto micro-organismos benéficos como maléficos.
- Osteoporose
A osteoporose é uma doença que causa o enfraquecimento progressivo dos ossos, pela perda de cálcio e massa óssea. Surge com o avançar da idade e pode causar fraturas. Traumatismos leves podem ocorrer com uma pequena queda ou ao apoiar-se na janela, tossir ou carregar objetos mais pesados.
As causas podem ser atribuídas a uma série de fatores, mas citemos as mais importantes, como:
  • - Sedentarismo ou exercícios em excesso ou inadequados
  • - História familiar de osteoporose
  • - Dieta pobre em cálcio (consumo de verduras, frutas, raízes e sementes)
  • - Baixa exposição ao sol
  • - Uso exagerado de álcool, café e fumo
  • - Uso de alguns medicamentos, como uso crônico de antiácidos, corticoides, anticonvulsivantes, lítio, anticoagulantes e diuréticos que produzem perda de cálcio na urina
- Tratamento da Tireoide
O consumo de antiácidos pode dificultar a absorção de outros medicamentos como, por exemplo, para tratar a tiroide. Essas medicações necessitam da acidez gástrica para serem absorvidas e, se a pessoa toma um anticido junto com essa medicação, o controle das doenças da tiroide fica prejudicado.
- Hipertensão e Cálculos Renais
Diante da presença de excesso de sais de cátions, como sódio e cálcio, existe um mecanismo de defesa do organismo que é diluir essa concentração salina nos líquidos corporais. Dessa forma, o metabolismo retém água causando inchaços e hipertensão.
Esse excesso salino também vai ser depositado na bexiga, facilitando a formação de cristais ou cálculo renal. Nomes populares: pedras nos rins, litíase, nefrolitíase. O depósito organizado de sais minerais nos rins ou em qualquer parte do aparelho urinário é o que se chama de cálculo urinário.
Cálculos constituídos por cálcio são os mais comuns. Outros minerais encontrados são: oxalato, fósforo, ácido úrico. As “pedras” podem também ser formadas por uma mistura desses elementos. Quando houver um excesso desses minerais no organismo, há uma tendência para que eles se depositem na urina.
Como exemplo pode se tomar uma pessoa que faça uso exagerado de leite e derivados, os quais são ricos em cálcio.
A causa exata da formação dos cálculos nem sempre é conhecida. Embora certos alimentos possam promover a formação de cálculos em pessoas que são suscetíveis, os cientistas não acreditam que algum tipo de alimento cause cálculos em pessoas não suscetíveis. Uma pessoa que tenha algum familiar que já teve cálculo renal pode ser mais propensa a desenvolver cálculos.
Infecções urinárias, hipertensão e distúrbios renais estão relacionados com a formação de cálculos.
A desidratação, muito importante nos lugares de clima quente, também é um importante fator de risco para a formação dos cálculos renais.
Outras causas de cálculo renal são: gota, excesso de ingestão de vitamina D e obstrução do trato urinário. Certos diuréticos (normalmente usados por hipertensos), antiácidos e outros medicamentos podem aumentar o risco de formação de cálculos pelo aumento de cálcio na urina.
 

Certo. Você pretende mesmo consumir diariamente o bicarbonato de sódio ou antiácidos? Caramba, se excesso de sal de cozinha já faz super mal, que dirá outros sais baratinhos comprados em qualquer mercadinho ou farmácia da esquina...
Não seria mais responsável e consciente você investir na saúde e procurar as causas das suas desarmonias?

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