quinta-feira, 31 de março de 2016

Testosterona e cérebro

Testosterona, uma aliada do cérebro!
Ele sempre foi tido como sinônimo de masculinidade e de todas as ideias, estereotipadas ou não, que tornam os homens mais homens - apesar de as mulheres também secretarem doses dessa substância. Agora, a testosterona, sempre associada à força bruta, também se tornou o hormônio da inteligência. É que pesquisadores da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, em parceria com colegas da Universidade de Tsukuba, no Japão, mostraram que a di-hidrotestosterona, ou DHT - uma espécie de parente da personagem principal deste texto -, auxilia na produção de novos neurônios, melhorando a memória e o aprendizado. E, para aumentar naturalmente seus níveis no cérebro, é preciso suar a camisa.

Na pesquisa, ratos machos castrados foram submetidos a sessões de corrida numa esteira. Mas alguns dos bichos receberam a injeção de uma substância que inibe a ação da DHT no cérebro. Tudo para evitar que, caso ela fosse fabricada, surtisse qualquer efeito. No final das contas, os animais que malharam, mesmo sem testículos, a maior usina do hormônio, apresentaram altas taxas de di-hidrotestosterona no sistema nervoso e, assim, mais neurônios novinhos em folha no hipocampo, o repositório de lembranças. Já nos roedores que tiveram a ação da DHT bloqueada não houve o milagre da multiplicação de células nervosas, a neurogênese.

"O segredo foi melhorar o condicionamento físico dos ratos de modo gradual", revela Bruce McEwen, um dos autores do estudo. "Isso porque forçá-los a correr demais inibia a neurogênese no cérebro." Fabiano Guimarães Novaes, mestre em neurofisiologia pela Universidade Federal de São Paulo, diz que exercício além da conta leva a desgastes. "A liberação excessiva de radicais livres durante a atividade gera danos e pode levar à morte de células." Inclusive as nervosas.

Ainda não se sabe se o estrogênio, hormônio feminino por excelência, também auxiliaria o cérebro. McEwen especula que sim. "Esse trabalho ainda está em andamento." Para Alexandre Hohl, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, essa é mais uma evidência de que sacudir o esqueleto é crucial: "Ter hormônios agindo no cérebro é uma nova visão do exercício e de seus benefícios".

Lá na cabeça
Entenda como a testosterona contribui para a produção de novos neurônios

1. Foi dada a largada Os exercícios estimulam a hipófise, glândula que envia o comando para que a testosterona seja liberada. A atividade física também pode fazer com que substâncias como o colesterol se transformem na di-hidrotestosterona, que, em seguida, vai direto para o cérebro.

2. Geração de células No hipocampo, área da massa cinzenta responsável pela cognição e por armazenar lembranças, a di-hidrotestosterona ajuda a promover a fabricação de células nervosas zero-bala.

Libido aquecida
Um dos efeitos da testosterona no corpo é exatamente o de aumentar o desejo sexual em homens e mulheres. "Mas em um nível fisiológico. Não adianta tentar forçar o organismo", lembra Ivan Pacheco, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Para manter a libido acesa, e a silhueta enxuta, a recomendação é seguir uma dieta equilibrada, além de, claro, fazer exercícios regulares.

FONTE:http://saude.abril.com.br/edicoes/0357/medicina/testosterona-aliada-cerebro-724273.shtml

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