domingo, 26 de agosto de 2012

Ácido ursólico, presente na casca da maçã, provoca ganho de massa muscular

A substância trouxe benefícios além do ganho muscular: reduziu gordura, níveis de açúcar no sangue, colesterol e triglicérides


O estudo da University of Iowa , nos Estados Unidos, verificou que o ácido ursólico reduziu a atrofia muscular e promoveu o crescimento muscular em ratos. Ele também reduziu a gordura, os níveis de açúcar no sangue, colesterol e triglicérides nos animais. Os resultados sugerem que o composto pode ser útil para o tratamento da perda de massa muscular e, possivelmente, de distúrbios metabólicos, como o diabetes.
"A atrofia muscular provoca grandes problemas e é muito comum - ela afeta a maioria das pessoas em algum momento de suas vidas, durante doenças ou no envelhecimento. No entanto, não há remédio para isso. Estudamos a atividade genética muscular em pessoas com atrofia e usamos esta informação para encontrar os elementos químicos que possam bloquear a atrofia. Um deles era especialmente interessante. Chama-se ácido ursólico e é particularmente concentrado em cascas de maçã. Testamos o ácido ursólico em ratos, e constatamos que ele aumentou o tamanho e a força de seus músculos. Ele fez isso ao ajudar dois hormônios que constroem músculos: o fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF1) e a insulina. Como o ácido ursólico aumentou o músculo, reduziu a atrofia muscular. Surpreendentemente, ele teve alguns outros efeitos benéficos nos ratos: por exemplo, reduziu a gordura corporal, a glicemia e o colesterol", explicou o pesquisador Christopher Adams.
Adams e seus colegas analisaram o ácido ursólico usando mapas de conectividade, uma técnica relativamente nova, que compara os padrões de expressão genética em células sob diferentes condições. A equipe determinou quais genes são ligados ou desligados no músculo humano durante a atrofia e comparou este padrão com padrões de expressão genética em linhas celulares tratadas com uma biblioteca de diferentes compostos. Eles descobriram que um destes compostos - o ácido ursólico - causa um padrão de expressão genética que é o oposto do padrão causado pela atrofia. Isto sugere que o ácido ursólico pode reverter a atrofia.
Nas experiências de acompanhamento, os pesquisadores revelaram que os ratos alimentados com ácido ursólico estavam efetivamente protegidos da atrofia muscular causada pelo jejum e por danos nos nervos. Além disso, os ratos saudáveis alimentados com ácido ursólico desenvolveram músculos maiores e mais fortes do que os dos ratos que não receberam o composto.
O estudo sugere que o ácido ursólico tenha capacidade tanto de inibir a perda de massa muscular quanto de promover o crescimento muscular devido à sua capacidade de influenciar o IGF1. Esse hormônio e a insulina, sua parente próxima, se ligam aos receptores das células musculares desencadeando uma cascata de vias celulares que aumentam o crescimento muscular ou que bloqueiam a atrofia muscular. O ácido ursólico parece aumentar a atividade dos receptores de insulina e IGF1, amplificando os efeitos benéficos destes hormônios no músculo.
Curiosamente, embora o ácido ursólico tenha aumentado a massa muscular dos ratos, não aumentou o peso corporal total, e uma pesquisa mais aprofundada mostrou que os ratos alimentados com ácido ursólico tinham menos gordura corporal do que os ratos que não receberam o composto. Adams e seus colegas pretendem prosseguir a pesquisa com testes em humanos.

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